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Aprendendo permacultura na Chapada Diamantina

O movimento da agricultura orgânica, a permacultura e os sistemas agroflorestais estão crescendo no Brasil e no mundo, e eu verdadeiramente acredito que estas tecnologias de cultivo sustentável serão a base da nossa cadeia produtiva de alimentos no futuro moderno.

Cadu

Sep 20, 2021

5min

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Aprender a trabalhar com a terra, plantar e cuidar do seu próprio alimento ou mesmo produzir madeira para fins diversos não são conhecimentos que as pessoas nascidas e criadas nas cidades grandes acabam aprendendo. Passamos a vida inteira comprando comida no supermercado e nunca nos perguntando muito sobre a origem do que consumimos.

Entretanto, hoje, muitas pessoas já têm feito um movimento de resgate desse conhecimento pelo mundo, seja através de cursos especializados sobre permacultura e cultivo orgânico ou na prática mesmo, metendo a mão na massa e indo para a roça "trabaiá".

Viajando pelo mundo eu tive a oportunidade de, pela primeira vez, trabalhar com a terra e iniciar uma relação com os alimentos que eu consumia. Isso aconteceu na Austrália e foi a primeira vez na vida que eu havia colhido um alimento direto do pé para fazer o meu almoço.

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Eu senti a relação com a terra como uma atividade terapêutica também. Apesar de exaustiva algumas vezes, ela era meditativa e me fazia me conectar mais comigo mesmo enquanto eu a exercia. Achei aquilo tudo tão fascinante que estava decidido a buscar novas experiências de viagem que eu pudesse me relacionar mais com a terra e a natureza.

Uma das formas mais comuns de voluntariado para viajar é através do trabalho em fazendas orgânicas ou sítios e ecovilas que praticam a permacultura. Nestes lugares você aprende não apenas sobre a produção de alimentos, mas também sobre uma nova forma de se viver, com minimalismo de consumo, eficiência de uso de bens e abundância de alimentos.

Ao longo da minha viagem de carro pelo Brasil, trabalhei em um projeto de permacultura em Lençóis, na Chapada Diamantina, um paraíso pertinho de Salvador. O meu anfitrião chamava-se Diego Serrano, um engenheiro florestal que cansou da vida na correria de São Paulo há muitos anos e decidiu ir viver mais próximo da natureza. 

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O Diego havia comprado um terreno de alguns hectares próximo a um pequeno vilarejo na região da Chapada Diamantina e estava iniciando um projeto de plantio de árvores com madeiras nobres em consórcio com outras espécies de plantas para o consumo humano, como milho, feijão, frutas e alguns outros vegetais.

A convivência era maravilhosa e o nosso anfitrião era uma pessoa muito solícita e interessada em ensinar tudo que queríamos saber sobre seu estilo de vida e projetos com a terra. Tivemos excelentes conversas e sempre cozinhávamos juntos.

Nosso anfitrião cobria cerca de 80% dos gastos com alimentos da semana e mantinha sempre a geladeira abastecida de legumes e verduras para cozinharmos algum prato, fora as vezes que ele também cozinhava para todos nós, em especial no café da manhã. De maneira geral, gastamos menos que 10 reais por cada dia que ficamos hospedados com ele.

Haviam dois tipos de trabalhos a serem feitos, um na casa e um na roça, mas os horários eram bem flexíveis.

Ao longo da semana, o Diego era geralmente muito ocupado com o seu outro emprego e passava mais tempo na cidade de Lençóis, portanto o trabalho voluntário consistia mais em deixar a casa em ordem, limpa, fazer um rango para todo mundo, alimentar os poucos animais que ele criava e fazer a manutenção das mudas de árvores que ele tinha em seu viveiro de mudas.

Apesar de parecer muita coisa para fazer, definitivamente não era. Os dias na casa eram bem tranquilos e o trabalho era algo muito fluido com o desenrolar do dia, sem pressão e sem cobrança.

Já o trabalho na roça envolvia cavar buracos, revirar o solo, semear com diferentes grãos, plantar mudas das árvores, capinar terreno e colher frutos. O trabalho de voluntariado neste host era basicamente na roça mesmo e rolava no máximo dois a três dias na semana, enquanto que o resto da semana era bem livre.

O trabalho na roça foi incrível também porque tivemos a oportunidade de acampar e tomar banho de rio no terreno, com direito a fogueira, violão e céu estrelado a noite. Pode anotar aí, o céu da Chapada Diamantina é um dos mais estrelados que você um dia verá na vida.

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Além do visual incrível do céu a noite, trouxemos conosco também muito conhecimento adquirido do processo de plantio, manejo e visão de negócio de projetos de longa duração envolvendo sistemas agroflorestais. Vimos e participamos do início de um negócio e pudemos compreender a complexidade (e beleza) que existe em viver da terra e de toda a sua abundância.

Nosso host também era escalador e até tentou nos levar para escalar durante o tempo que estivemos com ele, mas pegamos chuva todos os dias que tínhamos disponíveis para isso, mas ainda assim aproveitamos para conhecer algumas cachoeiras e tomar banho de rio em diferentes lugares de Lençóis.

Dentro da própria cidade de Lençóis já há muito o que se ver, basta sair pela cidade caminhando e entrando nos becos que encontrar, visitando os pequenos restaurantes ou mesmo pegando a trilha do rio que abastece a cidade e subir ele corrente acima para ver onde vai dar.

Viajar pela Chapada Diamantina é bem mais interessante de carro, pois a extensão da região é enorme e há muitos lugares para visitar. Diversas empresas organizam tours pela região e os preços não são dos mais amigáveis. Ao viajar de carro, você possui a liberdade de visitar a maior parte dos pontos turísticos de quem visita Lençóis por conta própria, sem depender de guia de viagem.

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Para entender um pouquinho mais da beleza da Chapada Diamantina, dá um confere nesse vídeo aqui:

Se você nunca teve a oportunidade de se sujar de terra ou colher o seu almoço direto do pé, eu recomendo muito que você busque este tipo de experiência pelo menos uma vez na vida e aproveite da Worldpackers para encontrar lugares bacanas pelo mundo para ter essa nova vivência. Mas esteja preparado, você corre o risco de sair de lá querendo largar tudo para ir morar no meio do mato comendo só aquilo que você mesmo planta. 

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