Áustria: Viena e mais 7 destinos pra fugir do tradicional

Esse artigo é pra fugir do tradicional e explorar a Áustria de um jeito mais autêntico, com aventuras em diferentes cidades desse país rodeado pelos Alpes.

Fernanda

Jan 01, 2024

15min

Lago Schwarzsee e Alpes - Kitzbühel - Áustria

A Áustria, conhecida por seus imensos alpes, fica na Europa Central e não possui saída para o mar. Sua capital é Viena e, por causa da última era glacial, mais da metade do país é preenchida pela Cordilheira dos Alpes.

O país faz parte da União Europeia e por isso sua moeda oficial é o Euro (o mochileiro agradece ter menos gastos com conversões de moeda). A Áustria também é membro do Espaço de Schengen e tem como países vizinhos a Alemanha, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Itália, Liechtenstein e Suíça. Eles têm vários idiomas oficiais, sendo um deles o alemão, mas com um inglês básico você se vira.

Confesso que nunca tinha pensado em ir para Áustria. Em meio a um perrengue o qual me pegou totalmente de surpresa, a solução mais rápida que surgiu na minha cabeça foi tentar um work exchange na Worldpackers.

Assim, mediante a tantas incertezas, que eu e minha namorada fomos parar em Kitzbühel, uma cidade do Estado do Tirol. Em menos de uma semana já nos deu boas certezas e nos tirou completamente da nossa zona de conforto. Só aí já teria valido a pena.

O país e toda a sua região alpina são deslumbrantes. Muitos municípios ficam no centro com várias montanhas a sua volta e, por vezes, as estradas atravessam essas montanhas, fazendo com que quem está viajando, seja de carro, ônibus ou trem, consiga ver lá de cima do monte um panorama da cidade. Tive a oportunidade de passar por diversas rodovias e constatei: a beleza desse país é uma característica inerente. Eu adoro a estrada, a paisagem, o momento, e viver esses momentos na Áustria foi uma experiência indescritível.

A seguir, algumas dicas de passeios, aventuras e experiências as quais podem te ajudar não só a conhecer mais cidades da Áustria, como também te oferecer uma outra visão do país e do mundo.

Confira abaixo os melhores destinos para conhecer na Áustria: 


Áustria, Salzburg

1. Dicas para a cidade dos sonhos, Viena

Viena é tida como uma das cidades mais artísticas e culturais da Europa. Durante séculos foi o lar de muitos artistas, compositores e pensadores com obras que causaram impactos em todo o mundo, além de ser o berço de avanços extremamente progressistas nas esferas da psicologia e literatura.

Dividida em 23 distritos, Viena é considerada um legítimo museu a céu aberto. É só caminhar em suas ruas para constatar que a arquitetura dos prédios, praças e monumentos são frutos de anos e anos de história e cultura.

Para iniciar as dicas de passeios em Viena, nada melhor do que começar pelo distrito Innere Stadt, onde estão localizados o lugares mais importantes relacionados a comunidade judaica. 

Começando pelo bairro têxtil judeu próximo à rua Rudolfsplatz, depois passando pelo monumento Morzinplatz, que foi colocado em frente a antiga sede da Gestapo (polícia secreta nazista) em homenagem aos judeus presos durante a Segunda Guerra Mundial. Visite também Stadttempel, a única sinagoga (local de oração da religião judaica) não destruída. Pra finalizar, recomendo a praça Judenplatz, local onde foi o centro da vida judaica em Viena e agora existe o Museu Judenplatz. Nessa praça também está fixado o Memorial do Holocausto, cubo de concreto o qual retrata uma biblioteca com as prateleiras viradas do avesso, também conhecido como a Biblioteca Nameless.

Na mesma região de Innere Stadt, mais precisamente na praça Hoher Markt, está localizado o interessantíssimo Relógio de Âncora (Ankeruhr). Ele foi construído em uma conexão entre dois edifícios que formam uma espécie de ponte. O diferencial são 12 figuras de personalidade marcantes para a história de Viena, as quais passam pelo relógio de hora em hora. Além disso, todos os dias ao meio dia o relógio movimenta as 12 figuras de uma vez só, acompanhadas por uma peça musical.

Um passeio em Ringstrasse já é o suficiente para se encantar com a arquitetura de seus edifícios e palácios. É lá onde estão localizados o Museu de História Natural (Naturhistorisches Museum), que sempre vale a pena, o Museumsquartier, um centro cultural que reúne vários museus, o Parlamento da Áustria e outras atrações marcantes. 

O Museumsquartier possui um espaço na via pública para exposição de grafites de artistas de rua. Viena traz uma relação antiga com a arte de rua e por isso há uma série de áreas espalhadas pela cidade onde os artistas são oficialmente autorizados a usar. Esse site apresenta os mais diversos pontos de street art em Viena.

No distrito de Landstrasse, nas esquinas das ruas Kegelgasse e Löwengasse, fica localizada a casa Hundertwasser Krawinahaus. É um projeto arquitetônico pensado e construído pelo artista austríaco Friedensreich Hundertwasser junto ao arquiteto Josef Krawina, entre 1983 e 1985. O complexo traz uma estrutura moderna com pisos irregulares, telhados arborizados e grandes árvores saindo através das janelas dos apartamentos. Tem cores intensas, colagens, escadas em espirais, sobreposições e contornos que trazem um conceito muito interessante e diferente do resto de Viena.

A subida na torre da Catedral de Santo Estêvão pode ser um jeito fora do convencional ao conhecer uma igreja. A Igreja de São Pedro, em Petersplatz, meio escondidinha entre os edifícios, aparece através da luz natural intimidando com seus ricos detalhes. Também é legal ficar de olho nas programações das catedrais para assistir um coral ou até mesmo uma ópera.

O Danúbio é um dos maiores rios da Europa. Já foi usado como fronteira durante o Império Romano e hoje suas margens fluem por dez países da Europa Central e Oriental. É possível conhecer sua história e cultura fazendo um passeio de barco ou andando de bicicleta em sua famosa ciclovia.

Além desses passeios, acho sempre uma opção interessante em grandes capitais turísticas procurar os famosos “Free Walking Tours”. São tours a pé pelas principais atrações do local pagando pouco ou nada. Nesse artigo você encontra aplicativos para celular que te ajudam a achar os tours de cada cidade.

Andar por todos esses lugares incríveis em Viena pode dar uma fome e tanto, por isso, pode aproveitar para experimentar as delícias da gastronomia austríaca com o prato de carne picada Goulash e apfelstrudel e torta Sacher de sobremesas.


Viena, Áustria

2. Explorando a terra natal de Mozart, Salzburg

A cidade de Salzburg, considerada patrimônio cultural pela UNESCO em 1996 e famosa terra natal de Wolfgang Amadeus Mozart, é uma ótima opção para um passeio mais turístico sem precisar mexer no bolso. O município, que recebeu o mesmo nome de um dos nove estados da Áustria, é rodeado por cinco montanhas enormes e cortada pelo Rio Salzach.

O centro histórico é simplesmente encantador, as cores, os detalhes da arquitetura medieval, tudo parece ter sido feito com muita cautela. 

Quem já conheceu alguma grande cidade de países europeus deve ter percebido que diversas construções antigas são ocupadas por marcas mundialmente famosas. Na Rua Getreidegasse, em Salzburg, não seria diferente. No entanto, é notável as fachadas dos prédios estreitinhos elaboradas com bastante sutileza a fim de manter a essência do lugar. Vale esticar a jornada até o local de nascimento de Mozart, onde agora funciona um museu.

Ao chegar na Residenzplatz, a famosa praça da imponente Catedral de Salzburg, você vai encontrar vários cavalos e suas charretes, todos em fileira, esperando os próximos turistas para um passeio pelo centro. Ali perto fica a estátua de Mozart, confesso não conhecer a fundo sua história, mas fiquei emocionada de estar ali. 

Como a Europa tem um período longo de frio, quando é verão os europeus aproveitam o quanto podem tomando sol onde quer que dê, como por exemplo no gramado à beira do Rio Salzach, bem no centro da cidade. De uma largura absurda, uma caminhada à sua margem nos faz perceber o quanto somos pequenos diante da natureza. 

Pra fechar com chave de ouro, basta atravessar a ponte dos cadeados Makartsteg, a qual imita a famosa ponte de Paris, onde os casais colocavam cadeados com suas iniciais a fim de eternizar o seu amor. As montanhas ao redor e alguns castelos moldam a paisagem como pintura.

Na Rua Gstättengasse, também à margem do rio, é possível observar as diversas casas austríacas bem tradicionais datadas de 1400, construídas contra as rochas gigantescas da montanha Mönchsberg. Algumas delas também mostram datas de quando foram restauradas.

Seguindo pela mesma rua, você encontrará o Sigmundstor (ou Neutor), um túnel construído em 1764 por dentro da montanha Mönchsberg. Inclusive, nessa mesma montanha descobrimos que as cavernas por onde andamos e o espaço onde agora é um enorme estacionamento serviu como bunkers de ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial.


Salzburg, Áustria

3. Conhecendo a capital dos Alpes, Innsbruck

Innsbruck é a capital do Estado do Tirol. A cidade é atravessada pelo Rio Inn e a palavra bruck é originada da palavra “Brücke”, que significa ponte em alemão, criando o nome “Ponte do Rio Inn”. Reconhecida por seu inverno intenso, é uma das regiões mais procuradas para atividades de esqui, tendo inclusive já sido sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno.

O centro da cidade é pequeno, mas muito bonito. É impressionante o contraste das arquiteturas antigas com os alpes de fundo. Foi amor à primeira vista. 

Queria ter tido tempo de sentar na Maria-Theresien-Strasse, a rua principal, e ter ficado lá admirando o cenário. Parte da via é fechada apenas para pedestres e há, além de várias lojas, bares e restaurantes por toda a parte. É interessante reparar que, assim como em Salzburg, em Innsbruck os estabelecimentos também adaptam seus logos ao estilo dos antigos letreiros. Além disso, diversas lojas se envolvem nas atividades esportivas da região e personalizam suas vitrines com o tema em foco no momento.

Ainda caminhando pela principal rua da cidade, você encontra mais um ponto histórico, a coluna de St. Anne’s, que recebeu esse nome em 1703, quando as tropas bávaras foram expulsas do Tirol no dia de Santa Ana.

Passar por ali e não ver Stadtturm, ou Torre da Cidade, é praticamente impossível. Ela tem um teto verde arredondado de onde, por quase 450 anos na Idade Média, os guardiões vigiavam a região alertando caso vissem algum perigo. Ela possui 31 metros de altura e é uma boa oportunidade de observar a cidade de cima. Por causa da ausência de luz, o observatório fecha mais cedo no inverno e no verão mais tarde.

É chegando ao centro histórico de Innsbruck que você encontra uma referência da cidade, o Goldenes Dach, ou Telhado de Ouro. O telhado foi um pedido do imperador Maximilian I para celebrar seu casamento com Bianca Maria Sforza, em 1500, e foi decorado com mais de dois mil ladrilhos de cobre dourados. Eles usavam a sacada para assistir a festivais e eventos feitos na praça. A fachada é rica em detalhes incríveis. 

E claro, não podíamos deixar de falar das casinhas coloridas do outro lado do Rio Inn, não é mesmo? O visual é incrível em qualquer lado da margem do rio, mas próximo ao Marktplatz, onde fica a praça do mercado, é possível ver todo o contraste dos alpes logo atrás dos edifícios coloridos.


Innsbruck, Áustria

4. Aproveitando Kitzbühel em todas as estações

Kitzbühel é uma cidade pequena e muito famosa pelo seu inverno movimentado. O centro é uma gracinha, todo colorido e cheio de gente. No inverno as coisas tendem a ficar bem mais agitadas por lá devido as atividades de esqui. São eventos e competições em toda Áustria, e Kitzbühel não ficaria de fora. Duas ruas principais reúnem diversos bares e restaurantes que dão conta da animação dos turistas.

No verão, além de curtir os festivais austríacos, onde os locais se vestem com trajes super tradicionais pra beber muitas canecas de meio litro de cerveja cada, você pode fazer trilhas nas montanhas e ciclismo na margem do Rio Kitzbüheler Ache, com paradinhas estratégicas nas entradas entre as árvores para relaxar e observar a água correndo ligeira. Passei inúmeras tardes desbravando cada cantinho e tirando fotos, caçando as pedrinhas mais bonitas, fazendo piquenique ou apenas ouvindo música e admirando a paisagem. A água é gelada nível não sentir o pé como parte do corpo, mas vale a pena (juro).

A cidade também foi agraciada com o lago Schwarzsee, enorme e lindo. Uma beleza natural indescritível. No verão é muito bom porque dá pra passar o dia inteirinho lá. Você pode ficar só no deck em frente a estrada, molhando os pezinhos ou até relaxando nos banquinhos. Também dá pra pegar uma trilha depois do estacionamento a esquerda do lago e ir andando até sair do outro lado dele. Lá você pode estender sua toalha e tomar um sol fazendo piquenique e até dar um mergulho se tiver coragem. Nesse mesmo percurso que leva aos outros lados do lago há várias trilhas para subir as montanhas em volta. No inverno o Schwarzsee fica totalmente congelado, assim as pessoas aproveitam pra patinar e se divertir.

Apesar de ser pequena, é uma cidade cara. Pra mim, o único jeito de morar lá por mais de um mês foi economizando como worldpacker com os maiores gastos, acomodação e alimentação, ao oferecer minhas habilidades em troca de hospedagem.


Kitzbühel, Áustria

5. Praticando tiro ao alvo em um clube em Kirchberg in Tirol

Tiro ao alvo com arco e flechas reais em Kirchberg in Tirol. Essa é uma atividade muito conhecida e facilmente encontrada em vários lugares da Áustria, mas pouco ou nada praticada na cidade de São Paulo, de onde eu venho.

Na minha terra natal nunca havia tido a oportunidade de encostar em arco e flechas reais e pra mim foi uma experiência sensacional. Fui a um clube de tiro ao alvo em Bockern, em Kirchberg, com pessoas locais, os quais além de terem todo o aparato preciso para a atividade, me ensinaram o melhor jeito para segurar o arco, a posição da cabeça para mirar e como soltar as flechas. Foi o combo completo. Me senti a própria Katniss Everdeen no filme Jogos Vorazes.

Se não tiver o arco e flecha, no local há para alugar. Você consegue chegar ao clube a partir da estação de Kirchberg. São aproximadamente 25 minutos de caminhada ou dez minutos de ônibus à €2,90.

Antes de entrar no percurso tem um alvo clássico (aquele de círculos) onde é possível aquecer, pra quem já sabe, ou aprender, como eu. Mas a brincadeira toda começa quando entramos na floresta. A trilha traz números para apontar os próximos alvos, são 30 ao todo. O que é mais legal e dá tanta emoção a busca é que, além de ter três níveis de dificuldade, todos os pontos de alvo são animais de borracha com tamanhos reais. Dentre eles, lobos, ursos, onças, gambás, corujas, coelhos. Todo o percurso tem cerca de 4 km e dura em torno de duas ou três horas, depende da quantidade de pessoas que estão com você. Ao chegar no ponto mais alto da montanha, tem uma vista sensacional de Kirchberg. O último alvo é mágico, mesmo com os braços cansados tentei acertar, porque do alto da montanha é preciso mirar no alvo lá embaixo no solo, no ponto de início.


Kirchberg in Tirol, Áustria

6. Subindo a cachoeira mais alta da Áustria

Sempre gostei muito de cachoeira e até já tinha ido a algumas com a minha mãe no Brasil, mas nunca tinha visto nenhuma tão grandiosa como a Krimmler Wasserfälle. Quando ainda estava lá embaixo, mal podia acreditar que aquele pontinho branco no alto da montanha era a queda mais alta da cachoeira. No topo você consegue observar o Rio Krimmler Ache, de onde nasce essa obra deslumbrante da natureza. 

Só consegui ficar boquiaberta com a altura e a força da água fluindo na enorme queda na minha frente, além de ficar alucinada tentando conseguir uma foto ou um vídeo que passasse a amplitude do que meus olhos estavam testemunhando, para enviar à minha mãe, a pessoa que ficaria tão feliz quanto eu se estivesse ali.

A Krimmler Wasserfälle, mais alta cachoeira da Áustria, fica localizada dentro do Parque Nacional Hohe Tauern, em Krimml, na região de Salzburg, e tem 380 metros de altura. É tão extensa que parte da água é levada com o vento em suas várias quedas antes de chegar no chão. Por ser uma cachoeira glacial, ela abre para visitação quase no início da primavera, em abril, quando o volume de água é maior por causa das altas temperaturas, e fecha na metade do outono, em outubro. A entrada ao parque custa €4,00 por pessoa e vale MUITO a pena pois o passeio todo é um espetáculo natural. É super fácil de chegar, da estação central da cidade saem ônibus em direção ao parque todos os dias de uma em uma hora que custam cerca de €2,10, a viagem dura em torno de 15 minutos.

Da entrada do parque até a vista da primeira queda da cachoeira são mais ou menos 10 a 15 minutos. Além dessa, existem outras dez paradas onde você pode parar para descansar enquanto aprecia a vista e tira algumas fotos até chegar ao topo. A subida, que dura por volta de duas horas, é íngreme e extensa, por isso aconselho, além de roupas leves e um sapato confortável, água para se hidratar e algum lanche como fonte de energia. Uma capa de chuva também é dica de amiga. Acredite, uma hora e meia embaixo de chuva numa descida daquelas não foi muito confortável.

Todo o esforço vale a pena, até as dores musculares no corpo para quem, assim como eu, é um pouco sedentário. A junção entre natureza e exercício faz muito bem ao nosso corpo e a nossa mente. As árvores, a umidade do local, a caminhada, tudo isso estimula nossos músculos e respiração. 

Fica melhor ainda quando você descobre que esse passeio, além de lindo, também estimula o sistema imunológico e purifica o sistema respiratório, reduzindo a frequência de crises para alérgicos ou asmáticos. Isso acontece porque, segundo estudos realizados na Krimmler Wasserfälle, foram encontrados íons de ar leves (que são carregados negativamente e os mais saudáveis para os seres humanos) em alta concentração no ar circulante da cachoeira. É para agradecer de joelhos um passeio desses, né?


Subindo a Krimmler Wasserfälle, cachoeira mais alta da Áustria

7. Mergulhando nas águas derretidas dos alpes de Scheffau am Wilden Kaiser

O lago Hintersteiner See, parada obrigatória para quem visita Scheffau Am Wilden Kaiser, é parte da reserva natural Wilder Kaiser e tem a água mais cristalina já vista pelos meus olhos. Ele fica há 883 metros acima do nível do mar e toda sua água é derretida dos alpes, que mesmo no verão não ultrapassam os 20°C.

A dica é levar lanchinhos e curtir bastante o visual fazendo o que mais gosta, lendo, ouvindo música ou tirando foto, o importante é relaxar e curtir a vibe da joia natural que é esse lugar.

Pra chegar ao lago existe o Seebus, um ônibus que funciona diariamente entre maio e outubro da vila de Scheffau até o Hintersteiner See. Você encontra o transporte na estação de ônibus Dorf 28 - Scheffau am Wilden Kaiser.


Lago Hintersteiner See, Áustria

8. Descendo de bike as montanhas de Aurach bei Kitzbühel

Aurach bei Kitzbühel é uma cidade com pouquíssimos habitantes a qual liga os estados Tirol e Salzburgo. Em suas montanhas há uma extensa rede de trilhas para caminhadas e ciclismo terminadas em Kitzbühel, ou você pode descer pelas estradas também, como no meu caso. Fomos até pouco mais da metade de um monte e esperamos o sol se pôr para descermos de bike. A paisagem é estonteante, dá pra ver as diversas camadas de montanhas de Aurach bei Kitzbühel e das regiões a frente. Todo o tempo após a partida no alto da montanha me senti em um filme com diferentes finais felizes. Todo o horizonte pareceu como um cenário, como se cada detalhe tivesse sido pensado exatamente para estar ali, as casas, as pessoas na rua, até as vacas no pasto. Naquele momento senti que nada podia me parar, senti o meu espírito livre e o corpo leve. A única coisa que eu queria, além de agradecer por aquele momento, era que aquela ladeira nunca terminasse.

Em Kirchberg in Tirol também dá pra fazer ciclismo nas vias que atravessam as montanhas. Dessa vez com a paisagem menos urbana, dentre árvores e trechos à margem de um rio límpido, fomos ao amanhecer para o alto da montanha pois íamos descer a Bike Route 204 - Unterer Grund, uma rota de bicicleta que passa por um restaurante, onde inclusive tomamos café da manhã antes da atividade. É uma viagem maravilhosa como a anterior, com paradas estratégicas para admirar a paisagem e tirar fotos do vale, é claro. Descobri depois dessas duas experiências que muitos praticantes de ciclismo sobem de teleférico as montanhas de onde depois descem pelas trilhas. Espertinhos, né?!


Montanha em Aurach bei Kitzbühel, Áustria

Essas experiências sempre me veem a cabeça como um looping de coisas boas que eu me sinto grata por ter tido a oportunidade de viver. Cada passeio, conhecimento adquirido, comida saboreada, paisagens vistas e tantas outras vivências as quais me fizeram crescer, não só intelectualmente como emocional e pessoalmente também. 

Não posso deixar de destacar o quanto fui surpreendida positivamente pela Áustria. Para quem nunca havia pensado em pisar no país, esse voluntariado foi um presente do universo.

As experiências mudam muito de pessoa para pessoa, mas ir para qualquer lugar da Áustria é ter a certeza que vai conhecer um país incrível, cheio de história, aventura, esporte, cultura, idiomas e gastronomia.

Já foi ou planeja ir para Áustria? Me conta nos comentários o lugar que mais gostou de conhecer ou o que mais gostaria de fazer na sua viagem.



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