Como é trabalhar na cozinha ou bar de um hostel

Descubra que não existem mistérios e que qualquer um pode ser voluntário na cozinha ou bar de um hostel.

Camila

Nov 01, 2023

4min

Voluntário trabalhando em bar de hostel

Nunca fui uma pessoa ligada às atividades da cozinha. É uma tradição de família, nós preferimos comer a cozinhar, mas sempre soube me virar para me manter alimentada e viva fora de casa. 

Trabalhar na cozinha e bar dos hostels que já passei como voluntária foram super experiências. Confira quais foram minhas vivências:

1. Café da manhã


Café da manhã em um hostel

Quando fui realizar meu terceiro voluntariado pela Worldpackers, na Pousada Boliche, na praia da Guarda do Embaú, em Palhoça (SC), a princípio ficaria mais focada na parte de comunicação, porém, quando cheguei já tinha outro voluntário cuidando dessa área e fui realocada para ajudar com o que precisasse.

Nos primeiros dias ajudei mais na limpeza e organização, até que me chamaram para ajudar no café da manhã.

O horário de trabalho na pousada era rígido e tinha que estar na cozinha principal pontualmente às 07h, usando touca e luvas. Lá eles possuem muito cuidado com as exigências sanitárias para manusearmos os alimentos.

O café da manhã é levado muito a sério. Eles preparam na pousada os bolos e pães servidos e sempre servem, no mínimo, duas opções de sucos naturais e frutas. Às 08h30 a mesa deve estar posta para os hóspedes se alimentarem.

Enquanto o pessoal tomava o café da manhã, alguém deve ficar de prontidão para não faltar nada e ir limpando a louça de quem já tinha se servido.

Quando terminava o horário do café da manhã, guardávamos os alimentos frios, lavávamos muita louça e, ao final, limpávamos a cozinha. 

Dependendo da demanda, esse trabalho era feito por um ou dois voluntários, que costumavam ficar empenhados nessas tarefas até ao meio-dia. Depois disso, como faltavam poucas horas a cumprir, geralmente ajudávamos na limpeza da casa.

2. Almoço


Cozinhar para os voluntários pode ser uma tarefa do voluntário da cozinha

Na segunda ou terceira semana na Pousada Boliche, fui remanejada para a cozinha secundária, onde era preparado o almoço dos donos do estabelecimento e dos voluntários. Com essa nova tarefa meu turno iniciava às 09h e o almoço tinha que estar pronto ao meio dia.

Que desafio! Por alguns dias cozinhei para dez pessoas! No cardápio era obrigatório ter arroz branco e integral, feijão, carne, salada e opções vegetarianas. Além disso, quem cuidava do almoço ficava responsável por toda a organização da cozinha e pelo estoque dos mantimentos.

Nunca tinha cozinhado para tanta gente, jamais tinha feito arroz integral e inventar pratos seguindo essas regras e com os itens disponíveis na despensa era um exercício diário de criatividade para quem sabe o básico de culinária.

Foram dias de muito trabalho e aprendizagem. Cozinhar para tantas pessoas exige muita responsabilidade, eu tentava não passar do horário, cuidava dos temperos para não deixar insosso, do fogo para não queimar... dei o meu melhor e acredito que me saí bem, mesmo com as minhas limitações gastronômicas.

3. Bar do hostel


Trabalhar no bar de um hostel pode ser a posição mais divertida

Após um mês na Guarda do Embaú, fui para Foz do Iguaçu (PR) para ser voluntária no Hostel Green House. Por lá, minha principal tarefa era limpeza, mas ajudei no bar em alguns momentos.

Organizamos um evento chamado “Arriba, arepas - Tarde colombiana”, onde fizemos mais de 500 arepas – um prato típico da Colômbia que lembra um bolinho de milho achatado e recheado – e já nem sei quantas caipirinhas mais. Nesse dia, ajudei um pouco na cozinha e no bar.

Por falar em caipirinha, se você não sabe fazer e tá querendo “mochilar”, procura um tutorial e aprenda já. Brasileiros amam caipirinha, gringos idem, e em algum momento da sua viagem a caipirinha vai abrir fronteiras. 

Aprendi a fazer caipirinha meses antes de cair na estrada já pensando que seria útil em algum momento e lá em Foz foi demais.

No evento, eu e os demais voluntários trabalhamos muito, mas ficamos super felizes em ver o pessoal se divertindo na festa. Foi uma recompensa e tanto!

Embalados pelo sucesso das arepas criamos outro evento, agora bem brasileiro: uma feijoada completona para comemorarmos o 7 de setembro. E adivinha? Fiquei responsável por fazer a feijuca! Se eu tinha feito feijoada alguma vez na vida? Nunca, é claro.

A tarefa foi preparar uma feijoada com arroz, torresmo, couve, laranja e saladas para 40 pessoas! Pesquisei como fazia, compramos os itens e começamos a cozinhar o feijão dois dias antes. No dia do evento fizemos uma força-tarefa, enquanto uns cortavam as carnes, alguém preparava as verduras para a salada, outros cozinharam o arroz, um outro fazia caipirinha e em equipe concluímos aquela feijoada delícia! Só de lembrar dá água na boca.

Porém, os dias comuns de trabalho no bar, sem eventos, são mais tranquilos. Os turnos nessa função costumam começar mais tarde, dependendo muito da estrutura e do horário de funcionamento do bar do hostel.

As atividades são as clássicas e sem muita complexidade: preparar drinks (é bom dar uma estudada em alguns antes) ou servir água/ refrigerantes, manter o bar limpo e atualizar o estoque de bebidas e fazer as cobranças quando necessário.  

Vocês devem ter percebido que não tem grandes mistérios. Se aventurar pelas cozinhas e bares dos anfitriões não exige tanto conhecimento, apenas alguma experiência cozinhando e muita vontade de aprender e ajudar. Acho que pitadinhas de dedicação e carinho foram os itens da receita que usei por onde passei.



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