Como fazíamos R$100 por dia durante uma viagem para João Pessoa
Neste artigo contarei sobre nosso processo de descoberta de uma nova possibilidade para vivermos viajando e, como isso, poder ajudar quem quer viajar pelo mundo.
5min
1. Antes da viagem para João Pessoa
Vivi minha vida toda em Porto Alegre - RS, lá tive um vida profissional que me proporcionava um dia a dia bastante confortável mesmo tendo apenas 21 anos. Eu e meu namorado Pedro, já estávamos no nosso terceiro apartamento alugado quando decidimos viajar e estávamos a pouco tempo desempregados.
Na época estava recebendo meu seguro-desemprego e com ele sabíamos que durante algum tempo teríamos como “sobreviver” viajando, pelo menos até encontrarmos alguma forma de ganharmos dinheiro.
Já havíamos conversado com meu sogro que também estava iniciando sua jornada como worldpacker, e pensamos em vender mini pizzas, brigadeiros. Muitas ideias, mas sem termos noção do quanto custariam e de quanto seria o lucro de nenhuma delas.
Se você tem vontade de viajar em casal ou com algum amigo, a Worldpackers também oferece um plano para viajar em dupla. Os perfis são conectados e os dois podem procurar vagas, tirar dúvidas e viver essa experiência juntos. É só entrar nessa página e optar pelo Plano Casais e Amigos!
Sem pensar duas vezes, vendemos as coisas que tínhamos em casa, como TV, itens de cozinha, quadros, o Pedro até vendeu uma guitarra que ele tinha a mais de 10 anos.
Com o dinheiro das vendas e um pouco do meu seguro-desemprego compramos nossas passagens aéreas de Porto Alegre para João Pessoa por R$583 cada, e ainda sobrou algo como R$400.
2. Alimentação em João Pessoa
No começo da viagem para João Pessoa, passamos as primeiras semanas fazendo tudo o que queríamos, até porque lá há muitas opções de restaurantes, açaíterias e lanchonetes por um preço bastante acessível.
Houve um dia em que estávamos caminhando na orla procurando algo para jantarmos e vimos uma pizzaria que fica exatamente em frente ao mar e ao “I ♥ JAMPA”. Nos aproximamos para enxergarmos os valores e quase não acreditei quando vi “Rodízio de pizza, massas, pastéis, batata frita, refrigerante e milk-shake por apenas R$30 no dinheiro (no cartão é R$35)”.
Obviamente decidimos experimentar o lugar e acabamos virando conhecidos do gerente contando que éramos Worldpackers e estávamos vindo do sul do país. Mal sabíamos que durante toda nossa estadia em Jampa iríamos ir lá MUITAS vezes graças à ótima qualidade da pizzas e atendimento.
Descobrimos também uma açaíteria que tinha mais de dez tipos de açaí (em Porto Alegre só temos o açaí normal, sem variações), lá provamos açaí com limão, com cupuaçu, com pitaya, enfim... Pagávamos R$25,00 em 500g de açaí com muitos extras.
No dia a dia costumávamos fazer nossa própria comida com o que comprávamos no supermercado de Manaíra.
O melhor de João Pessoa é que fazíamos praticamente tudo a pé, o Uber lá raramente saía mais do que R$10, seja pra onde fosse, então estávamos bastante tranquilos quanto aos meios de transporte.
Depois de muita felicidade proporcionada pelas opções de alimentação, começamos a nos preocupar com o dinheiro.
3. A saga dos brigadeiros
Com a falta de dinheiro veio a necessidade de começarmos a pensar no que iríamos fazer em relação a isso. Decidimos iríamos tentar vender brigadeiros, que é um produto bastante comum entre os brasileiros e que já ajudou muitas pessoas a saírem do vermelho.
De acordo com o que pesquisamos, para fazermos 100 brigadeiros, precisaríamos de mais ou menos cinco caixinhas (395g/caixinha) de leite condensado, cinco colheres de achocolatado e duas colheres de margarina. Fomos então atrás do preço dos materiais e, comprando os mais baratos, conseguimos ter a receita pagando R$20. Combinamos de vendê-los por R$1 cada.
Como o custo era bem baixo, tiraríamos mais ou menos R$80 de lucro.
Nossa primeira tentativa de venda foi na orla, mas como as pessoas já estão acostumadas ao “comércio” da orla, não conseguimos chamar muita atenção. Mesmo que tivéssemos enfeitado todo o isopor (que nossa anfitriã nos emprestou) onde guardávamos os brigadeiros, a venda era pouquíssima para conseguirmos ter dinheiro suficiente para mais de um dia.
Ficamos quase duas semanas tentando vender na orla, caminhando entre as pessoas, na areia, testamos todas as possibilidades de horário e local e parecia que não íamos conseguir nos manter só com os brigadeiros.
Certo dia, quando voltávamos para o hostel, observamos que tinha um sinal de trânsito bem na esquina, e naquele momento nos questionamos sobre porque nunca havíamos tentando vender lá.
Esperamos então o sinal fechar e fomos oferecendo de janela em janela, quando voltamos à sacada tínhamos vendido mais do que durante o dia todo tentando vender na orla!!
A partir desse dia passamos a vender só no sinal e percebemos que lá sim poderíamos tirar o dinheiro necessário para nos mantermos e até para seguirmos nossa viagem. Depois de diversas tentativas e erros com relação a consistência, tamanho, quantidade, encontramos a forma de fazermos dar certo.
Com o tempo fomos aprendendo que esse tipo de abordagem precisa ser feita com muito bom humor e sorrisos bem grandes, pois as pessoas precisam sentir a felicidade de quem vende para que tenha vontade de ajudar também.
Falando em ajudar, com o passar dos dias decidimos fazer uma plaquinha dizendo “AJUDE-NOS A IR PARA RECIFE” (que era nosso próximo destino) e passamos a receber doações além das compras. Inclusive, algumas pessoas se sentiam tão bem com nossa história e abordagem que chegamos a receber R$10, R$20, até R$50 de doação e um convite de carona!
4. Continuidade
A venda de brigadeiros no sinal se tornou nosso “ganha pão” e estamos seguindo nossa viagem só fazendo isso. Já é nosso terceiro destino que conseguimos pagar a ida e também nossos gastos diários.
É possível fazer R$100 reais por dia (contando com as doações), por 2h30min e mais ou menos 70 brigadeiros.
Pensando que trabalhávamos em média 8 horas no mercado formal e ganhávamos R$35 por dia, a ideia de passar duas horas e meia no sinal vendo as pessoas sorrirem e se interessarem pelo nosso estilo de vida é mais do que gratificante!
Já que não pagamos aluguel, luz, água, internet ou produtos de limpeza, ter R$100 por dia é mais do que necessário, inclusive vale adicionar que depois de descobrirmos isso tudo, fomos várias outras vezes no rodízio!
Com tudo o que aconteceu em João Pessoa, e agora em Natal também, enxergamos esse método como uma ótima forma de disseminarmos a ideia de ser um Worldpacker, ajudar a melhorar os dias das pessoas e, claro, termos sempre nossos dinheiro.
Então, qual era seu motivo para não cair no mundão mesmo?
Keizy e Jael
Jan 14, 2019
Que legal. Somos gauchos tbm e estamos inciando nossa viagem esse ano. valeu a dica e Boa sorte. Bjo
Paty
Jan 15, 2019
Uhul, amei o texto ❤️
Suelenilson
Jan 15, 2019
Gostei demais. Parabéns!!!
Dorland
Jan 15, 2019
Texto feito com muito amor e carinho.
Muito obrigado por partilhar essa dica.
Diego
Jan 15, 2019
Maravilhoso , otimo texto e otima ideia ❤
Patrick
Jan 15, 2019
Gente que linda história ... Estou prestes a começar a minha vida de Word Packers e come ases relatos nos ajudam muito ... Sou fotógrafo e estou pensando em algo do tipo ... ♥️
Alexandre
Jan 15, 2019
João Pessoa é realmente incrivel, bela história e boa vigem!!
Doug
Jan 15, 2019
Olá Jessica! Muito legal encontrar este relato seu aqui! foi muito útil e estou pensando em fazer o mesmo na minha próxima viagem! Seu brigadeiro é ótimo! Esbarrei com vcs no Hostel Republika em Natal, e não sabia da sua história! muito bacana! e boa sorte e viagem!!
Aline Teixeira
Jan 16, 2019
Salvou o rolê! Ótima dica! 😍❤️
Ariana
Jan 16, 2019
Vcs são incríveis! 😍😍😍
Thomas
Jan 16, 2019
Muito boa história!! Tive o prazer de voluntariar com esses dois. Pessoas sensacionais de coração enorme! ❤️
Fernanda
Jan 20, 2019
Nossa, sua história me inspirou mais ainda a fazer viagens e eu sou de Recife.
Sueli
Jan 20, 2019
Que legal!! Parabéns ao casal, estou criando coragem para conhecer nosso Brasil 😊
Luciano
Jan 22, 2019
Eu tenho 19 anos, sou de SP e estive em João pessoa por 1 semana, em dezembro e em recife por 2 dias. Em Recife eu vivi minha primeira experiência em um hostel, e depois dessa viagem, de andar muito, conhecer pessoas, ter experiências incríveis eu simplesmente não consigo mais me acostumar com minha vida rotineira e regrada aqui em São Paulo.
Estou me planejando bastante pq ainda quero ser um worldpacker.
Vocês podiam cozinhar os brigadeiros na cozinha do hostel?
E vc diz que conseguia fazer até 100 reais por dia vendendo brigadeiro, porém vcs 2 vendendo juntos, né?
Abraços
Bruna
Jan 22, 2019
Jéssica! Muito legal sua história. Também sou de Porto Alegre e já penso há algum tempo nesta possibilidade. Uma dúvida: como vocês fazem para se aplicar como casal nas vagas? Não são todos os lugares que tem essa opção, certo?
Maria
Jan 23, 2019
Adorei ler a sua historia de viagem, me fez relembrar a minha .. já deu vontade de sair por ai outra vez rs já fiz Rio de Janeiro e Salvador ... mas agora penso em ir para alguma cidade do Sul (Porto Alegre ou Santa Catarina), mas penso ir sozinha rs
Anderson
Jan 26, 2019
Parabéns é muito obg por compartilhar a história de vcs.
Stephannie
Fev 17, 2019
Nossa, que história massa!!!! <3 Tava aqui lendo e me instigando pra cair na estrada... tô me planejando p/ fazer minha primeira viagem (usando worldpacker) aqui pelo nosso Brasil mesmo , e fico mais instigada ainda sabendo que dá pra sobreviver com pouquinho dinheiro por semana. Provavelmente eu comece sozinha, então preciso de gás pra me jogar de vez, hahaha. Obrigada por aumentarem meu combustíveeeel, espero um dia encontrar vocês por aí! Um abração nos dois. Voem!!! ;*
Leonel
Mar 12, 2019
que massa!!!
Me indentifiquei bastante, eu e minha namorada estamos prestes a Fazer um trip nessa vibe, ja estamos vendendo alguns doces também, seus posts está abrindo bem a nossa mente a respeito de ideias!!
Sucesso na caminhada de vocês!!
abração
Caíque
Mar 26, 2019
É isso aí!
Vocês são corajosos e estão curtíssimos!
Maycon
Mar 27, 2019
Parabéns pela coragem, li o texto já quase chorando. Pois penso muito em fazer isso um dia... Muita obrigado pelo texto !! Boa sorte nas vendas e que tudo der certo para vocês ♥️
Ariana
Set 28, 2019
Parabéns Jessica ❤Amei a história dos brigadeiros e desejo a vcs muitas e muitas viagens recheadas de muito sucesso🙏🏽
Nathalia
Dez 22, 2019
Muito inspirador 👏🏻👏🏻
Karytha
Jan 23, 2020
Já morei em Jampa e realmente a criatividade salva, sou mochileira, caroneira e super me identifiquei com a história de vocês, é isso aí, Parabéns! Boa viagem ;)
Larissa
Fev 08, 2020
Nossa que história sensacional! Eu estava planejando fazer a mesma coisa mas fiquei com receio de não sobrar tempo para conciliar as tarefas do hostel, vender os doces e ainda ter tempo livre para passear e conhecer o lugar. Mas esse post me deixou muito animada, vou fazer isso funcionar da mesma forma que funcionou pra vocês. Obrigada por compartilhar um pouco da experiência de vocês.😊
Felipe
Abr 30, 2020
vcs ja tiveram essa experiencia de venda de brigadeiro em outros países? se sim, como foi?
Thaimir
Jul 27, 2020
Caramba, amei sua história !! Muito bacana a experiência e todo esse aprendizado com muito carinho 💛✨ Muita luz para vocês.
Luan
Jul 30, 2020
👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Eli
Out 08, 2020
História massa, pretendo em breve estar relatando também.
Boas aventuras!
Matheus
Dez 28, 2020
Poxa!!! Inspirador ❤️ gratidão 🙏🏼
Allefy Dias
Ago 06, 2021
Tamo Junto ✌🏼😉
Hadassa
Jun 16, 2022
Obrigado por compartilhar a sua história conosco.
Gabriele
Nov 02, 2022
Que maravilhosos!!! Amei as dicas e a história. Vocês usam que tipo de abordagem na hora de falar com os motoristas?