Intercâmbio de agência vs. Intercâmbio Independente vs. Mochilão

Hoje em dia está muito fácil viajar, com ou sem condições de investir. Existem muitas formas de conhecer o mundo e ainda aprender no meio do caminho. Neste artigo vamos falar de três delas: intercâmbio de agência, mochilão e intercâmbio independente!

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Para quem não é do universo de viagens, pode parecer "tudo a mesma coisa" quando a gente fala de mochilão, intercâmbio, worldpackers. Mas são coisas bem diferentes!

Desde o período de preparação da viagem até a rotina durante, existem muitas diferenças entre intercâmbio de agência, mochilão e intercâmbio independente, ou troca de trabalho por hospedagem, em inglês chamado de work exchange.

Vamos a elas?

Intercâmbio de agência

O nome já é bem auto-explicativo, mas é legal esclarecer que quando mencionamos intercâmbio de agência, queremos dizer que é uma experiência proporcionada por uma empresa, que organiza tudo para o viajante, o qual paga por este serviço.

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Na maioria dos casos a pessoa será aluna de uma escola de idiomas no exterior.

Existem também agências que organizam programas para estudantes de ensino médio fazerem uma parte dos estudos em outro país (high school), ou conseguem famílias que aceitam intercambistas como babá para que aprendam um idioma através da convivência com a língua estrangeira (au pair).

Existem também agências que encontram trabalho no exterior, mas estas costumam ser mais especializadas.

Um exemplo de agência especializada é a Stichting Uitwisseling, uma organização holandesa que consegue estágios para universitários no exterior, com foco em cursos relacionados às ciências agrárias e florestais.

Fazer um intercâmbio com agências que ajudam a encontrar um trabalho no exterior é uma ótima maneira de gastar menos na sua viagem, pois mesmo que o investimento inicial seja alto, ele acaba sendo abatido aos poucos por um salário mensal.

Mesmo que seja um salário ‘humilde’, ele vem na moeda do país de destino, o que faz uma grande diferença quando falamos, por exemplo, de dólares e euros.

Agora voltando para os programas de intercâmbio de estudo, se engana quem pensa que é só para jovens, eles abrangem todas as idades! O mais comum é mesmo aquele em que o viajante ou aluno faz um investimento e vai estudar numa escola de idiomas no exterior.

Já é senso comum que este investimento não é dos mais baixos. Apesar disso, esta modalidade de viagem é considerada uma das mais fáceis para o viajante pois a agência cuida da documentação, passagem, contato com a escola ou empresa no país de destino, entre outros trâmites que podem ser assustadores para marinheiros de primeira viagem.

No fim das contas, uma vantagem de fazer intercâmbio por agência é que se paga pelo preço da comodidade.

Os preços de intercâmbio numa agência tradicional, somando os custos da escola + passagem aérea + hospedagem no país podem ir desde R$ 5.000 até R$ 20.000, ou mais em alguns casos!

Por exemplo, fazendo cotação de um intercâmbio para aprender inglês no Canadá, um curso de 3 semanas pode custar de R$ 1.456 e R$ 2.816 em média. Isso é apenas a taxa da escola, para menos de um mês.Um intercâmbio de 5 semanas já pode custar de R$ 2.426 a R$ 4.423.

Para conseguir o visto de estudante nesse caso, é preciso estar com a moradia já acertada antes de sair do Brasil. A agência cuidaria disso para você, mas só para ter uma ideia, se fosse fechar independente o preço é salgado.

Em geral, os custos de aluguel para um apartamento de 1 quarto variam de $900 a $1.800 dólares canadenses numa cidade grande, como Vancouver por exemplo. Para um apartamento de 3 quartos, que pode ser dividido com outros estudantes, os valores ficam entre $1.800 e $4.000 dólares canadenses (se for bem central).

As despesas com internet, água e luz costumam ficar em torno de $85 a $190 dólares canadenses. (Fonte: Numbeo).

Ficando em casa de família, um curso de uma semana pode custar $766 dólares (cerca de R$ 2.500).

É bom não esquecer que ainda tem o preço da passagem, que pode ir desde $2.000 até $3.000, mas pode ser menos se você ficar ligado nas promoções!

Somando tudo isso, gasta-se facilmente R$10.000 para um período de um mês aprendendo inglês num país como o Canadá.

É válido dizer que nem sempre o pagamento à agências é garantia de tranquilidade, pois existem casos de agências que decepcionam.

Viajar para o exterior é uma experiência com altos e baixos e o pagamento de uma agência não é garantia de que um "baixo" não vá rolar.

Nem por isso podemos nos deixar dominar pelo medo ou ansiedade. 

Viajar é se aventurar.

Esse sentimento de não saber o que vai encontrar do outro lado é justamente a graça de se aventurar, não é mesmo?

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Concluindo, intercâmbio com agência é uma boa opção para quem nunca fez uma viagem longa, para o exterior e ainda por cima sozinho.

O que acontece com muita gente é viajar com agência primeiro, cair de amores pela vida de viagens e acabar fazendo tudo sozinho numa segunda oportunidade. É aí que entram as nossas outras modalidades de viagem. 

Olha só:

Intercâmbio independente ou Work exchange

Existe uma diferença considerável entre um intercâmbio de agência e um intercâmbio independente ou work exchange.

Estou chamando de independente justamente porque o viajante tem muito mais detalhes para pensar e faz quase tudo sozinho.

Quando é tomada a decisão de ir para outro país, é preciso pensar em todos os documentos possíveis, por exemplo, passaporte, visto, seguro saúde, certificado internacional de vacinação e assim vai. A lista parece infinita, mas não é!

A Ana conta um pouco nesse vídeo sobre a diferença entre ter uma experiência worldpacker e as outras plataformas:

No caso de um intercâmbio pela Worldpackers, ou sites similares, o viajante é inteiramente responsável pelo processo de visto de acordo com cada país. Mas não é necessário visto de trabalho, já que as experiências da Worldpackers são consideradas intercâmbio cultural.

Resumindo, quando você fecha uma viagem pelo Worldpackers, você vai para um país estrangeiro para entender a cultura, aprender e colaborar com os locais. O seu anfitrião irá ajudá-lo com hospedagem e às vezes refeições.

A ideia é que o anfitrião possa te proporcionar uma experiência inesquecível, enquanto você oferece ajuda nas tarefas da rotina diária do estabelecimento dele.

É importante compreender isso, não é uma viagem à trabalho! Por isso é mais fácil de lidar com vistos nesta modalidade de viagem. Por exemplo, se você for para a Europa, pode passar 3 meses com visto de turista, como explicado neste artigo e ainda assim ficar num hostel como worldpacker.

Mesmo que no work exchange o viajante acabe fazendo quase tudo sozinho, é possível aprender muito no processo. Desde como montar um perfil e encontrar um bom host, até a escolha do país.

Tudo isso faz parte de um processo de descobrimento e auto-conhecimento.

Além de se autoconhecer, quem faz work exchange tem grandes chances de fazer amizade com pessoas de outros países que estão na mesma situação!

Normalmente, as agências de intercâmbio tradicional trabalham com grupos de brasileiros que vão para um mesmo destino, pois tem convênio com escolas no exterior. Não se pode desmerecer essa experiência, mas nas outras modalidades de viagem aumentam muito as chances de interagir com pessoas de qualquer lugar do mundo!

Essa diversidade é muito valiosa e insubstituível!

Como o work exchange é feito de forma independente (pessoas de várias nacionalidades vão aos sites especializados e escolhem experiências individualmente), a chance de misturar as nações é muito maior do que no intercâmbio tradicional.

Além dessa vantagem, ainda tem o preço. Cada site especializado em work exchange vai cobrar de uma forma, mas no nosso exemplo aqui do Worldpackers, o viajante paga $49 dólares por ano para ter acesso a hostels do mundo inteiro!

A hospedagem é garantida pelo anfitrião e o preço da passagem nós já comentamos acima.

Comparando os números, esse tipo de viagem sai bem mais barato.

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Mochilão tradicional

Diferente do intercâmbio por agência e do work exchange, o mochilão na maioria das vezes tem foco mais turístico do que profissional.

Muita gente faz o mochilão tradicional pra conhecer o maior número possível de países, raramente com finalidade profissional. Ainda assim, dá para comparar o mochilão com o Worldpackers como modalidade de viajar mesmo, pois se encaixa no grupo das modalidades não-tradicionais e mais baratas de viagem.

A diferença é que para o mochilão você precisa guardar mais dinheiro, já que vai pagar pelo transporte, hospedagem, alimentação, bem, tudo! No caso do intercâmbio independente como o Worldpackers, você economiza com a troca de hospedagem, em troca da ajuda que você dá no Hostel, e em alguns casos a alimentação pode estar inclusa.

Na maioria dos acordos você consegue ainda viajar para os arredores do hostel no fim-de-semana e conhecer melhor um determinado país ou região.

O mochilão tradicional costuma ser a opção pra quem tem pouco tempo de viagem e quer passar pelo máximo número de países possível, ‘cobrir’ um continente, por exemplo, a gente ouve muito dizer “fulano fez mochilão na Europa”, “ciclana fez mochilão pela Ásia”. As pessoas tentam conhecer um continente inteiro em um ou dois meses, às vezes até menos tempo que isso.

A diferença aqui mora na intensidade.

Quando você fecha um intercâmbio independente de troca cultural, a viagem é mais intensa, apesar de ter menos países “na lista”. Acaba sendo uma experiência mais profunda e completa.

No mochilão você dá uma passada pelos países e conhece “o básico”, mas não se aprofunda. No caso do trabalho em troca de hospedagem você fica mais fixo em um local, conhecendo-o mais profundamente.

A escolha por um jeito de viajar ou o outro depende do gosto pessoal.

Ainda se você for dos mais apegados a bater o ‘recorde’ de países, você pode fechar vários acordos de troca de trabalho por hospedagem e conhecer 20 países usando Worldpackers!

Concluindo, tudo vai depender de quanto dinheiro você tem disponível, o quanto você está com vontade de pesquisar antes de viajar e por quantos países você quer passar!

Qualquer experiência de viagem é enriquecedora, pois sair da nossa ‘bolha’, da nossa cidade natal, sair da zona de conforto já é enriquecedor por si só. 

Melhor ainda se puder economizar grana no processo, né?



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