Aprendizados de um trabalho voluntário na Austrália
Tive a grande oportunidade de voluntariar em troca de acomodação em um hostel em Gold Coast, na Austrália. Aqui vai um pouco do que aprendi nesse período.
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Antes de passar pela experiência de voluntariado, minha concepção de viagem e intercâmbio era algo muito diferente.
Por mais que já tivesse tido a chance de fazer viagens marcantes no exterior, tanto para estudar inglês como para apenas turismo, ainda entendia essas experiências como algo que necessariamente demandaria gastos extraordinários e, portanto, não via uma forma realista para continuar viajando.
Conversando sobre essa situação com uma amiga, soube da Worldpackers e como a empresa oferece possibilidades de voluntariar em locais incríveis em troca de acomodação e outros benefícios.
Depois de pesquisar diversos anfitriões e conversar com pessoas que viveram experiências parecidas, resolvi testar essa nova forma de viajar.
Quando finalmente fechei o trabalho voluntário na Austrália, fiquei imediatamente muito feliz por ter sido aceito, porém ainda tinha bastante receio com essa decisão.
Esse é meu relato de como foi minha experiência de trabalho voluntário na Austrália:
1. Primeiros dias em Gold Coast
Três meses se passaram e ainda com muita insegurança, cheguei finalmente no aeroporto de Gold Coast, Austrália (coincidentemente a cinco minutos do Cooly YHA, hostel que escolhi para voluntariar).
Sinceramente, não sabia muito bem o que esperar, afinal, era minha primeira vez em um hostel e minha primeira vez viajando para um trabalho voluntário. Logo no primeiro dia fui recebido com muito carinho pelos meus gerentes e pelos outros voluntários, o que imediatamente me deixou bem mais tranquilo.
Como todo recém chegado, na primeira semana passei pelos treinamentos padrões do trabalho de housekeeping e limpeza do espaço comum do hostel e dos banheiros.
A falta de prática nessas funções me preocupava, me fazia perguntar se eu realmente estava contribuindo para o hostel e se eu merecia os benefícios que eu recebia. Aos poucos fui me habituando com o trabalho, minha preocupação ia diminuindo e, no final, percebi que na verdade era algo bem mais simples do que imaginava.
Depois da viagem, essa experiência de trabalho voluntário foi útil não só para minha vida pessoal, como para me ajudar em futuras viagens de work exchange que viria a fazer.
2. Morando no hostel: desafios e surpresas
Assim como o trabalho, a adaptação morando em uma nova cidade também não foi imediata, e menos ainda a adaptação ao dia a dia dentro do hostel. Em particular, não me sentia confortável em compartilhar meu espaço com outros hóspedes e funcionários 24 horas por dia. Dividindo a cozinha, a mesa, o sofá, o quarto, os banheiros e todo espaço possível, por vezes sentia falta de privacidade, segurança, ou até mesmo de um local para as minhas próprias coisas.
Não apenas o mesmo espaço, mas fazendo parte do hostel, você também compartilha suas necessidades, anseios, planos de viagem e interesses com as demais pessoas. Então eu passei a parar de me incomodar e me sentir em família.
Você como viajante está ali com o mesmo objetivo de viver experiências marcantes e diferentes fora do seu país de origem. Nenhum dia de voluntariado se torna minimamente monótono, afinal, sempre haverão pessoas novas, das mais diversas nacionalidades, personalidades e culturas para se conhecer e criar grandes memórias de viagem.
Tempo livre
Quando havia uma janela, os voluntários se juntavam para fazer algum tour, ir a praia ou alguma cachoeira, fazer alguma trilha ou simplesmente ficar de bobeira.
Era comum organizarmos festas em datas especiais ou juntar para fazer uma fogueira na praia. Durante a noite, o normal era ficarmos no hostel, jogando algum jogo ou conversando com os hóspedes e, nos fins de semanas, ir para alguma festa no centro.
Porém, o que ocupava a maior parte do meu tempo, assim como de muitas pessoas que escolhem visitar Coolangatta, era o surfe. Nos meses de março/abril a cidade é uma das maiores atrações para surfistas na Austrália, sendo, nessa mesma época, anfitriã de importantes campeonatos profissionais, como o Quiksilver Pro. Já o verão, quando as ondas estão um pouco menores, é a época ideal para quem quer começar a aprender o esporte, como era o meu caso.
Surfar não é nada trivial, como descobri nas minhas primeiras frustradas e vergonhosas tentativas. Assim como minha adaptação no hostel, aprender a surfar demorou bem mais do que podia imaginar, porém o sentimento de realização foi tão grande quanto.
3. Fluência no inglês
O hostel exige que os voluntários tenham uma noção básica do inglês, o suficiente para conseguir se comunicar e entender o que está sendo exigido no trabalho.
Antes da Austrália, tive o privilégio de estudar inglês por muito tempo e, por mais que não tivesse praticado há mais de um ano, minha impressão era de já estar bastante habituado com o idioma. Me surpreendi quando, nos primeiros dias, senti dificuldade para retomar a prática e, mais ainda, ter que treinar meu ouvido para os mais diversos sotaques que haviam dentro do hostel, em especial, é claro, o sotaque australiano.
Não desmerecendo cursos de idiomas, porém o convívio constante com o inglês neste período de seis semanas foi mais produtivo do que qualquer curso que tivesse feito antes.
Já no meio da minha viagem, podia conversar fluentemente com pessoas das mais diversas nacionalidades e sotaques, o que certamente não teria acontecido se não fosse esse contato direto com o idioma.
4. Custos de viagem
Somando custos de alimentação, transporte, festas e passeios, diria que gastava perto de 200AUD por semana. O custo de vida na Austrália não é dos mais baratos e realmente pode se tornar um peso caso não tome cuidado.
Uma das vantagens de morar em um hostel é que todos os demais funcionários também têm essa preocupação em mente. No hostel, você constantemente encontrará diversas promoções de alimentação, passeios e atividades, além de conhecer pessoas com quem possa arranjar carona para o centro ou até mesmo para outras cidades.
Se quiser ganhar uma grana a parte e estiver autorizado, o hostel é o lugar perfeito para encontrar trabalhos de meio período. Além de contatos que você irá adquirir com os próprios funcionários, é comum o hostel receber ligações com demandas de trabalho, a maioria serviços manuais, que não irão pagar muito mas já serão de grande ajuda para sua viagem.
5. Aprendizados
Descobri com toda essa experiência de voluntariado um modo único de viajar, que, além de mais econômico, é particularmente o mais gratificante. Durante todo o período que fiz parte do Cooly YHA, conheci pessoas incríveis, das mais diversas nacionalidades, com as quais eu formei grandes amizades.
Aprendi que viajar sozinho, saindo da sua zona de conforto e se jogando no mundo, é a melhor forma de amadurecimento para uma pessoa tão inexperiente como eu era. Essa viagem abriu novas portas para muitas outras, cada qual com novos amadurecimentos e lições de vida das mais inesperadas.
Arquimedes
Out 22, 2019
Boa tarde André,para deixar a casa e sair para viajar oque é preciso para levar na mala
Julia Emelly
Jan 03, 2020
Queria saber se a hospedagem é de graça ou você teve que pagar
Paula
Jan 06, 2020
Olá André, gostaria de saber qual foi o seu visto?
Cesar Antonio
Fev 08, 2020
E vc...o que achou da experiencia? Gastou muito com atracoes,comida,etc?
Vc não sb dizer,pq é que este hostel não consta mais no worldpackers? Não participa mais do programa?
Clara
Mai 18, 2021
Que show
Viviane
Set 20, 2021
Que legal.... parabéns
Suely
Jan 15, 2022
Gasta alguma coisa para ir
Suely
Jan 15, 2022
Quanto dinheiro tenho que levar pra fazer esse intercanbio voluntário
Williams
Fev 01, 2023
Responde ai MN qual o visto nessesario
Gamora
Jan 05, 2024
Como faço para conseguir este oportunidade de trabalho.