Menos consumo, mais viagem: como ser um viajante mais consciente
Consumir menos pode te ajudar a viajar mais e melhor. Desde evitar compras desnecessárias a até reduzir o consumo de água e a produção de lixo, respeitando a comunidade local que você está visitando.
Eu nunca fui uma pessoa muito consumista, até porque nunca tive muito dinheiro. Na adolescência é que comprava umas blusinhas a mais sem necessidade, uma dúzia de pares de sapato semelhantes, inventava de ir no salão de beleza com mais frequência. Hoje não faço mais nada disso, todo centavo que posso economizar e investir em uma viagem, o faço. Você, se também é um apaixonado por viagem, deveria fazer o mesmo.
Neste post vou elencar algumas mudanças nos meus hábitos de consumo ao longo dos anos para ajudar você a se inspirar e fazer o mesmo! 😊
Ajuda o seu bolso e também o mundo.
1. Menos roupas
Como disse, nunca fui muito consumista, mas sentia uma necessidade de estar sempre com uma roupa nova, seja para sair a noite, seja para ir ao trabalho. Várias calças, várias blusas... Sentia que era uma necessidade muito mais por o que as pessoas pensariam de mim se usasse sempre os mesmos trajes do que propriamente eu achar que precisava daquilo. Foi aí que passei a diminuir consideravelmente o número de roupas e sapatos que comprava. Hoje tenho apenas o necessário.
2. Menos comprinhas
As comprinhas, no diminutivo, é que são o perigo. Aqueles itens que parecem tão úteis na hora, mas que, no fim, irão ocupar um espaço na sua gaveta e você nem vai mais lembrar que existe. São tão baratos que fazem você pensar: “Mas vale a pena!”. Normalmente não valem.
Se você for calcular tudo o que você gastou com coisa que não usou ou que usou apenas uma vez, talvez desse pagar uma hospedagem por esse mundo afora (ou quem sabe uma passagem aérea?).
3. Mais comida em casa
Comer na rua é delicioso. Quem não ama experimentar um restaurante novo? Eu amo. Mas isso também custa muito dinheiro. O fato de eu ser vegetariana e a grande maioria dos restaurantes e bares não oferecerem opções sem carne me ajudou bastante nesse quesito, já que passei a cozinhar muito mais em casa.
Vá mais ao supermercado, à feira, conheça as promoções e passe a preparar sua comida em casa. Leve marmita para o trabalho. Até durante a viagem mesmo, você pode se hospedar em locais que oferecem cozinha para você preparar suas refeições. É uma boa forma de você economizar.
4. Cuidado com a água
Quando falamos de consumo, dificilmente pensamos em algo fora dos itens que citei acima, não é? Consumismo na sua forma mais clara, a aquisição de produtos. O quanto você pensa no seu consumo de água, especialmente quando está viajando? Quero citar aqui dois exemplos.
O primeiro ocorreu quando conheci Nazca, no Peru, em 2015. Estava eu realizando um tour com um guia local até que avistei, subindo um morro, um sujeito carregando uma bicicleta. Curiosa, perguntei do que se tratava. O guia, então, me explicou que, em Nazca, não há água o suficiente, já que chove muito pouco na região (pode passar meses sem cair uma gota d’água). Sendo assim, aquele sujeito de bicicleta era o responsável por ligar e desligar, todos os dias, o sistema de água para uso, apenas algumas horas por dia, aos moradores. Mas eu não precisaria ficar “preocupada”, me falou o guia, pois todos os hotéis e restaurantes que atendem aos turistas não têm restrição de água. Eu fiquei pensando que direito tenho eu de chegar em um outro país, outra cidade, e lhes “roubar” a água? Por que sou eu mais importante do que os moradores locaispara ter água e eles não? Só porque sou turista e, supostamente, tenho dinheiro?
O segundo foi durante um voluntariado no Quênia, em 2016. Fiquei boa parte da viagem em Ngong, uma região bem mais pobre ao lado de Nairóbi, a capital. Trabalhei majoritariamente com mulheres que moravam na favela de Ngong, sem nenhum tipo de abastecimento de água ou saneamento básico. No alojamento onde fiquei, as mulheres lavavam suas roupas em baldes, nada de água corrente ou máquina de lavar. Novamente o mesmo questionamento, se as pessoas que moram lá não têm esse direito, por que eu, turista, estrangeira, mereço ter? O que me faz diferente?
Não, não somos diferentes. Somos iguais. Merecemos ter os mesmos direitos. Por isso, menos consumo de água também é fundamental. Eu diria que é um dos lados mais fundamentais se você quer ser um viajante profissional, um viajante que respeita as populações locais. Desligue a torneira se vai lavar a mão ou os dentes, desligue o chuveiro ao se ensaboar, não dê a descarga a cada xixizinho que você fizer…
5. Atrações com animais
Me tornei vegetariana alguns anos antes de começar a viajar (lá se vão 13 anos já). Sendo assim, a consciência para com os animais vinha desde antes de começar a cair no mundo. Mas ver algumas coisas com seus próprios olhos te faz entender muito melhor.
Quantas atrações com animais ao redor do mundo não estão lotadas de turistas? Fotos e mais fotos agarradas em animais selvagens não são postadas no Instagram? Chuvas de likes! A que custo?
Se você fizer uma busca rápida no Google sobre zoológicos e maus tratos você encontrará inúmeras matérias. O de Luján, na Argentina, é um dos mais conhecidos. Inúmeros turistas dentro das jaulas, abraçados em leões e tigres supostamente dopados (os donos do zoo negam). Matéria de 2016 da Folha de S. Paulo apontou que 70 animais morreram em 5 meses em zoológicos do país.
Podemos seguir falando de charretes que fazem passeios históricos ou chiques ao redor do mundo (e muito aqui no Brasil!), dos espetáculos de animais marinhos (alô, SeaWorld), dos elefantes e camelos e tantos outros acorrentados e aprisionados para carregar turistas... Novamente, faça uma pesquisa rápida por reportagens e/ou documentários sobre o assunto e entenda a real problemática.
6. Lixo
Por fim, seja um turista consciente e crie a menor quantidade possível de lixo. Adote essa e outras práticas sustentáveis para a sua vida, não só enquanto viajante. Ao consumir menos, provavelmente você já irá gerar menos lixo. Evite todo o lixo desnecessário. Uma sacolinha plástica para uma barra de chocolate, será que precisa mesmo? Um canudo para um refresco que você pode tomar no copo mesmo? Uma fruta embalada se você pode comprar só a fruta mesmo?
Reduzir nosso consumo é uma tarefa de dia a dia. Um aprendizado constante. Não apenas para economizar uns trocadinhos para poder viajar, mas também para poder manter nosso mundo um lugar sustentável e existente para que possamos continuar viajando, por isso é extremamente importante pensarmos em formas de consumo responsável enquanto viajantes e no nosso dia-a-dia.
Hi! I'm Jessica! A girl from south of Brazil that lives in Rio de Janeiro and looooves to travel! Don't care if it's to the nearst city or to the other side of the planet. I share my trips and give a lot of tips in a project named Arruma Essa Mala - travel blog, Youtube channel and Instagram. I'm the kind of person that saves every penny in favor of my next trip ✌
Eu sempre fui econômica desde quando eu era criança eu aprendi com meus pais .Nunca entrei em lojas e comprava tudo que via eu pesquisa valores e o que eu precisava comprava Nunca fui de futilidades Eu só comprava o que eu preciso muito e não tem como ficar sem. Muitas coisas eu ganho muito porque tenho família nos Eua.Eu compro o essencial que seria produtos pessoais de higiene não tem como ficar sem.Aprendi tb fazer listas isso é bom e ajuda em tudo
aline
Nov 05, 2018
Eu sempre fui econômica desde quando eu era criança eu aprendi com meus pais .Nunca entrei em lojas e comprava tudo que via eu pesquisa valores e o que eu precisava comprava Nunca fui de futilidades Eu só comprava o que eu preciso muito e não tem como ficar sem. Muitas coisas eu ganho muito porque tenho família nos Eua.Eu compro o essencial que seria produtos pessoais de higiene não tem como ficar sem.Aprendi tb fazer listas isso é bom e ajuda em tudo
Math
Abr 05, 2019
Muito útil o texto! Gostei! :) Viajante consciente, é isso.
Maria do Socorro
Set 29, 2023
Amei ! Concientizar é preciso sempre! Gratidão 😍🌼☘️🌹