20 melhores cidades para viajar sozinha na América do Sul

Mesmo com fama de perigosas e assustadoras, algumas cidades da América do Sul foram surpreendentemente acolhedoras e amigáveis enquanto viajei sozinha.

9min

Buenos Aires é uma das melhores opções para viajar sozinha na América do Sul

Viajar sozinha pode parecer um pouco assustador no começo, mas como eu já contei na minha experiência viajando por conta nas férias, também pode ser muito prazeroso e realizador.

Mesmo assim, existem alguns cuidados que devemos ter, truques e dicas de várias situações que podem surgir em sua viagem.

Por isso, preparamos uma lista de dicas de cidades ideais para mulheres viajantes na América do Sul:

1. Colômbia

Minha primeira dica é o país que mais me surpreendeu: a Colômbia.

Um lugar onde todos me disseram que tudo ia dar super errado, um país maltratados por anos de violência, tráfico, prostituição, drogas e muitas outras coisas pesadas, certo? Errado!

A Colômbia foi a maior surpresa do meu mochilão pela América do Sul, uma prova disso é que eu fui para ficar dois meses e acabei ficando seis, renovando meu visto super fácil e rápido para poder conhecer outros cantinhos desse país maravilhoso.

Lá na Colômbia eles têm cidades que agradam a todos os estilos de viajantes, seja mochileiro, low budget, milionário ou turista.

Cali e Medellín foram as duas primeiras cidades que passei, conheci hosts incríveis e pessoas muito animadas e divertidas.

Cali em si é uma cidade bem tranquila, onde às 19h já quase não se vê mais gente na rua, a não ser os trabalhadores que estão voltando para casa. Fora isso, a cidade respira salsa, ritmo musical que deixou todo o país famoso no mundo inteiro por seus passos calientes e divertidos. Em Cali é possível encontrar centenas de bares da dança típica num mesmo bairro, cheios de moradores locais e principalmente estrangeiros querendo conhecer e aprender um pouco mais dessa cultura.

Cartagena veio logo depois, fiquei um mês e meio nessa cidade de calor de 40 graus às 8h da manhã, com turistas de todos os cantos do mundo, pessoas te vendendo tours pela rua e casinhas antigas cheias de flores e completamente decoradas para participar da disputa anual de casas decoradas criada pelo governo (você pode ler mais sobre esse projeto no meu post com guia completo de Cartagena aqui).

Logo depois desses 45 dias na praia, me mudei para passar quase três meses em Bogotá, capital da Colômbia e também a cidade mais linda, charmosa, fresquinha e amigável de toda minha viagem.

Quando cheguei me deparei com casas e prédios inteiros construídos com tijolos escuros, bem no estilo britânico mesmo, por isso já foi amor à primeira vista. Nunca descobri o motivo desse tipo de construção ser tão comum em Bogotá, só sei que por ser sempre frio, já que a cidade fica em cima de uma montanha a mais de 2.600 metros da altura do mar, faz com que o ar britânico seja ainda mais intenso quando você anda pelas ruas.

Muitas pessoas me falaram que eu teria problemas com o machismo do país, com a violência e outras coisas, mas fora uma alergia bem chata que eu tive de um bichinho que me picou em Medellín, em nenhum momento nestes seis meses de viagem eu me senti insegura ou ameaçada, por isso recomendo a Colômbia de olhos fechados para todas as minhas amigas que querem explorar lugares incríveis sem se preocupar por serem mulheres viajando solas ou em grupo.

Cartagena é outra opção para viajar sozinha na América do Sul

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2. Argentina

Quando cheguei no hostel em Buenos Aires, o primeiro hostel da minha vida, eu fiquei realmente assustada com a situação: me colocaram em um quarto com mais três homens, dois venezuelanos e um colombiano. Pedi na recepção se era possível trocar de quarto, para um que tivesse mais mulheres ou pelo menos que eu não fosse a única mulher ali sozinha naquela situação, mas me disseram que estavam cheios, por isso tive que enfrentar meu pânico e ficar ali mesmo.

Na primeira noite eu praticamente nem dormi, de tanto medo que eu tinha de me fazerem algo, no dia seguinte os meninos foram tão legais e gentis comigo (um deles inclusive se ofereceu para ser meu guia na cidade, já que estava ali trabalhando e vivendo há mais dois meses), no final nos tornamos todos grandes amigos.

Inclusive, depois de alguns dias na cidade e convivendo com eles e outros hóspedes, eu peguei uma gripe muito forte, daquelas que não dá para levantar da cama mesmo, e todos foram muito solícitos me ajudando, oferecendo remédio e até levando sopa na cama para mim.

Passeamos juntos por toda a cidade, fomos a festas e bares, lugares turísticos e estabelecimentos que somente os locais conheciam. Me mostraram uma Buenos Aires que eu, sozinha, jamais teria a chance de conhecer e sou muito grata a todos eles.


Buenos Aires, Argentina.

3. Brasil

Apesar de ser uma cidade que amedronta por seu tamanho e possibilidades, São Paulo é perfeita para quem quer fazer uma coisa diferente a cada dia. Sem chances de ficar “sozinha” se você vai se hospedar em hostel, a galera é animada demais para deixar qualquer pessoa de fora do rolê! Além dos parques lindos e premiados que a cidade preserva, tem outras atrações como os famosos bares da Vila Madalena, a cultura oriental do bairro da Liberdade e muito mais!

Outra cidade que deixa muitas mulheres com o pé atrás é o Rio de Janeiro, tanto por seu histórico de violência, quanto por ser um destino focado em praia, e o brasileiro tem uma cultura (que precisa ser mudada) de que praia só acompanhada. Nada disso, não só na cidade do Rio, mas nas praias vizinhas, como Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo por exemplo, a quantidade de pessoas incríveis que você vai encontrar só vai te fazer sentir arrependida por não ter ido antes!

O Nordeste em si é todo maravilhoso, mas alguns lugares estão um pouco saturados, como a Bahia e Ceará. Por isso, que tal escolher destinos como Pernambuco e se aventurar nos lindos hostels de Recife, por exemplo? Famoso por lindos cardumes, o único perigo ali vai ser dar de cara com um tubarão.

Conheço gente que é apaixonado por Minas Gerais justamente por ser um lugar onde só tem gente do bem! Não apenas na capital, Belo Horizonte, mas principalmente nas pequenas cidades turísticas, como Diamantina, Caeté e Ibitipoca. Afinal, como não ser feliz todos os dias tendo como opção de passeio um tour pelas grutas mais lindas do estado?


Rio de Janeiro, Brasil

4. Chile

Se ainda assim você ficar um pouco receosa em viajar sozinha, saiba que o Chile é o país número um em qualidade de vida na América do Sul, isso resulta em menos violência nas ruas, menos pessoas passando necessidades e mais gente disposta ajudar.

Começar sua jornada por Santiago (como eu fiz) é perfeito para se sentir mais segura e aprender a se virar e se comunicar com as pessoas. Além de lindos passeios pela neve, os hostels de Santiago são famosos pela vida noturna agitada, então se procura algo neste sentido, com certeza te recomendo começar por ali.

Aproveitar que já está no Chile e dar aquela esticadinha em San Pedro de Atacama, o deserto chileno também é uma boa ideia. Apesar dos preços serem um pouco exagerados, é possível conciliar, afinal você estará fazendo voluntariado no Atacama em um dos divertidos hostels da pequena cidade. 

Lá também a violência é zero, justamente porque uns 90% de quem está lá são turistas, 5% são mochileiros que estão passando uma temporada e até trabalhando e os outros 5% apenas são de moradores nativos, e essas pessoas são extremamente gratas aos turistas por movimentarem sua economia tão fortemente.


Santiago, Chile

5. Uruguai

Outro país que não tem o custo de vida tão barato é o Uruguai, mas o que tem de caro, tem de lindo! A capital, Montevidéu, está cheia de hostels bacanas para fazer voluntariado. Sem contar que Punta del Leste, uma das praias mais famosas no país e da América do Sul também está igualmente cheia de hostels para você escolher. Um mês nesse país é muito pouco para conhecer todos os lugares, pessoas e sotaques lindos que tem por lá (aliás, cuidado para não se apaixonar pelos mocinhos bonitinhos e conquistadores, hein!), sem contar que você vai voltar viciada por chimarrão, ou como é chamado lá, pelo Mate Uruguaio.


Montevidéu, Uruguai

6. Bolívia

Quando falamos de Bolívia, o primeiro lugar que vem em mente é o Salar do Uyuni, que obviamente é lindo e extremamente turístico, porém é apenas um lugar para fazer tour. Uma cidade que vale muito a pena apostar com certeza é Copacabana, provavelmente a praia mais conhecida da Bolívia e também com uma região e um povo bem simples, mas que tem muito para te ensinar, com certeza seu coração vai ficar quentinho depois de conversas com mulheres inspiradoras do lugar. Além disso, se você for aventureira também pode visitar o Lago Titicaca.

Por falar em aventura, a capital La Paz também está cheia de atrações para mulheres que viajam sozinhas e querem se aventurar com passeios diferentes. Partindo de lá, tem o Vale de la Luna, cujos transportes saem diariamente de vários pontos da cidade, além de poder chegar pertinho da montanha Illimani, que tem seu topo nevado graças aos seus quase 6.500 metros de altura e é um dos cartões postais mais famosos do país. Fala se não tem que ser mulher para encarar esses passeios?


La Paz, Bolívia

7. Peru

Já no Peru as coisas funcionam um pouco mais diferente: em Lima eu pude notar que as mulheres mandam bem mais do que os homens no geral, por isso já amei de cara. Apesar de muitos olhares curiosos que recebi, era bem claro que todos olhavam de curiosidade, por eu ser estrangeira (ao contrário de olhares que se recebe no Brasil apenas por ser mulher). Então eu ficava bem tranquila em relação a isso. Como eles são um povo com uma fisionomia bem típica, qualquer pessoa que não tivesse os traços obviamente se destacaria na multidão.

Diferente de Cusco, onde a maioria das pessoas são estrangeiras e quase não se vê moradores, a não ser os que ficam no comércio ou vendendo coisas pela rua. Cusco também é super tranquila para ficar hospedada: a cidade tem uma aura pura que eu jamais vou saber descrever aqui, mas que contagia todos os seus visitantes. Inclusive é super tranquilo para sair a noite no badalado centro histórico e voltar tarde sem nenhum problema.

Outra cidade igualmente tranquila que tenho muita vontade de conhecer mais a fundo é Nazca. Tão misteriosa pelas famosas linhas desenhadas no chão por antigas civilizações, a cidade se tornou polo turístico e patrimônio cultural, por isso apesar de simples, o município é muito receptivo com seus turistas.


Cusco, Peru

8. Equador

Eu tinha tanto preconceito com o Equador que me dá até vergonha de escrever sobre esse país tão fofo. Não sei porque pensei que o lugar seria uma selva, com gente nativa e bichos. Para minha surpresa, quando cheguei em Quito descobri que a moeda oficial era o dólar, uma super cidade, com tudo funcionando, táxis amarelos e um ar americano que me deixou de boca aberta nos primeiros dez minutos. 

Claro que o país tem selva e inclusive tours para a mata, mas para quem não quer se arriscar, ficar na cidade é uma opção e tanto! Além disso, sabia que é possível cruzar o país de ponta a ponta em apenas um dia de viagem? É o não é o país mais fofo da América do Sul?


Quito, Equador

Experiências como esta servem para mostrar que muitas vezes nossos medos são tão bobos que podemos até perder a oportunidade de fazer novos e incríveis amigos e conhecer lugares que nos ensinam tanto.

Claro que é sempre bom estar alerta nessas situações a primeira vista, mas o ideal é confiar na sua intuição mesmo, nossos sentidos nunca erram, mas às vezes nosso instinto de sobrevivência exagera um pouco.



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